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gesamtausgabe:ga89:ga89-2021810-objetificacao-da-natureza

GA89 (2021:810) – objetificação da natureza

Husserl definiu certa vez a ciência como um contexto de fundamentação de sentenças verdadeiras (Investigações lógicas 1900/1901)]. Um conteúdo “objetivo” da ciência natural é, por exemplo, a lei da queda livre. Essa lei é “objetiva” no sentido de que ela seria independente do ser humano? A ligação dessa ciência com o ser-humano não consiste apenas no fato de que ela é realizada pelo ser humano, mas o ser humano toma parte aí necessariamente de tal maneira que ele precisa fazer uma suposição, uma ficção. O que produz, então, uma tal suposição? Por meio dela, a região de objetos, que se chama natureza, é caracterizada na física clássica por meio do contexto de movimento uniformemente retilíneo de pontos dotados de massa. O que acontece por meio daí com a natureza? Ela é re-presentada com vistas à sua consonância a leis. Por meio dai, ela se torna pela primeira vez objeto para a calculabilidade e para a previsibilidade de todos os processos. A suposição assim levada a termo não é outra coisa senão o ato fundamental da objetificação da natureza. Em termo de história da língua, a palavra “contraposto” (Gegenwand) é a tradução para “objeto”. Logo que eu digo objeto, porém, também está coposicionada a ligação com um sujeito. Objeto é algo que se encontra contraposto para a experiência do sujeito. Esse é um conceito completamente determinado de contraposto.

(GA89MAC)

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