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gesamtausgabe:ga55:ga55-essencia-do-homem

GA55:293-294 – essência do homem

(…) ou bem todos os traços que o homem acredita encontrar no ser são extraídos à imagem do homem (Bilde des Menschen), ou bem a fisionomia do homem (Gestalt des Menschen) é somente uma das muitas outras manifestações do ser (Erscheinungen des Seins). No segundo caso, essas manifestações, na verdade, ainda deveriam ser buscadas e encontradas pelo homem. Mas como isso poderia acontecer se o homem (Mensch) não fosse passível de formação através da forma e visão do ser (das Bild und den Anblick des Seins), permitindo, assim, que o ser lhe advenha a partir dele mesmo? Então não teria o menor valor esse ou-ou, ou tudo é somente uma imagem e um feito do homem (menschliches Gebild und Gemächte), ou tudo é somente reprodução do ser (Abdruck des Seins). A referência (Bezug) do ser ao homem seria o originário (Ursprüngliche), à medida que essa referência tanto distingue o ser como também pertence originariamente ao homem. E não se poderia fazer a experiência (erfahren) de ser na ausência de uma experiência mais originária da ESSÊNCIA DO HOMEM (ursprünglichere Erfahrung des Wesens des Menschen), e vice-versa. Para o ser e para a essência humana (Menschenwesen), esse originário seria onde eles teriam a sua verdade e a sua referência. O verdadeiro seria a referência entre ambos, que predomina no ser e no mais íntimo da essência humana, enquanto sua origem. A indicação deste nexo praticamente impensado deve chamar nossa atenção para o fato de que o próprio ser não se deixa, absolutamente, apreender como uma coisa ou um objeto. Não porque seria o mais distante do homem, mas, justamente, é por ter chegado a uma tal proximidade e ter conquistado a distância necessária para a possibilidade de apreensão que o homem retrocede diante do ser até a sua própria essência, o que significa algo inteiramente diferente de desviar-se do ser. Por isso, também lá onde o próprio ser é nomeado numa primeira vez, lá no começo do pensamento ocidental, as relações agora sublinhadas encontravam-se num jogo estranhamente velado. Para nós, os epigonais, o provocativo é pensar que também para os primeiros pensadores, e justamente para eles, o dizer do ser era cheio de enigmas. Pensando aquilo que dizem os primeiros pensadores, recebemos o aceno de que devemos atentar de maneira ainda mais principial e rigorosa para a sua via e, assim, para a referência ao ser e para o próprio ser somente a partir desta referência. (GA55:293-294; tr. Schuback)

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